Somos embaixadores de Cristo e falamos em nome Dele quando dizemos: RECONCILIAI!

Crente Interesseiro

Em minhas leituras, não tão constante como deveriam ser, me deparei com algo que me chamou atenção, um versículo comum. Um que quase todo mundo já ouviu, mas um detalhe, me saltou aos olhos e tirou minha paz por um tempo. Algo dizia que eu deveria ser um crente interesseiro.

“Sem fé é impossível agradar a Deus.” Levanta a mão quem já ouviu isso!

Aposto que se o seu pastor pedisse isso no culto, você levantaria a mão, quem sabe até as duas, só pra mostrar o quão óbvio é isso.

Porém, e se o seu pastor dissesse: “Levanta a mão só quem é crente interesseiro!” ou “Levanta a mão, quem já leu na bíblia que devemos ser crentes interesseiros com Deus!”.

Tenho certeza que isso te causaria espanto. “Que heresia é essa?”

Pois é, lendo Hebreus 11:6, me deparei com algo assim, acontece que essa frase “Sem fé é impossível agradar a Deus”, é só um pedaço do versículo, ele continua: “Quem deseja se aproximar de Deus deve crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam.”

Obviamente e de forma bem clara, esse versículo diz; que eu preciso ter fé para agradar a Deus, beleza, dá para aprofundar mais nisso, mas não agora. Depois ele continua, dizendo que se eu quiser me aproximar de Deus eu devo ter duas coisas em mente, dois conceitos cravados em meu coração:

Primeiro, que eu devo crer que Ele existe. Essa é muito fácil. Crer que ele existe, crer que há um Deus criador de todas as coisas, é fácil até para os ateus.

Segundo, é crer que Ele recompensa aqueles que o buscam. E foi isso aqui que me chamou a atenção.

Em outras versões, diz que “Ele é galardoador dos que o buscam“. Galardoador vem do grego “misthapodotes”, que significa alguém que paga um salário.

Eu devo crer nele e ter em meu coração, cravado em minha mente, ter expectativa de que: A partir do momento que eu buscar a Ele, Ele vai me recompensar e me pagar por isso? Isso me faz parecer ser alguém muito interesseiro.

É fato, que Deus é galardoador, que Ele recompensa, que Ele presenteia, que Ele dá. Ele é um Pai, o Pai. E que pai que não gosta de presentear os filhos?

Todos que vivem uma vida de entrega a Deus, hora ou outra são recompensados, honrados, presenteados e alguns até mimados pelos presentes de Deus.

Mas ler que devemos mirar na recompensa, me assustou e gerou outras perguntas, como:

Quando pensamos no que queremos receber de Deus, rapidamente vem um monte de demanda dos nossos dias: Paz; Saúde; Felicidade; Dinheiro; Conforto; Bens; Casamento; Filhos e etc. São coisas que queremos, precisamos, ansiamos e que colocamos nas nossas orações. “Senhor me abençoa!”. E quantos de nós não nos aproximamos de Deus, inicialmente mirando essas coisas?

Sabe aquela história de “vir pela dor”? Muitos e muitos, buscaram a Deus em um momento de desespero, em algum momento julgaram que só Deus poderia resolver aquela situação. Isso é muito comum principalmente quando o assunto é saúde. E que bom que essas pessoas lembraram de Deus nesses momentos, poderiam ter vindo antes, pouparia muita coisa, mas que bom que vieram.

Continuando em Hebreus 11 que por sinal, é reconhecido como o capitulo dos Heróis da Fé, onde homens e mulheres provaram a sua fé e se tornaram exemplos. Podemos ler no versículo 26, que não era sobre essas coisas, não era sobre demanda terrenas. Lemos que Moisés, considerava a sua recompensa maior do que os tesouros do Egito e ele à contemplava.

Moisés viu algo, sentiu algo de maior valor, algo imensurável, incalculável que não havia nos palácios do Faraó

Não eram riquezas ou coisas terrenas que atraiam os olhos de Moisés, ele já teve acesso a tudo isso: Dinheiro; Conforto; Honra; Status social e sabe-se lá mais o que um membro da família do Faraó tinha acesso. Porém ele julgou tudo isso menor do que a recompensa de Deus. Ele sabia qual era ela, contemplava e mirava nela, sem se quer pensar em todo o luxo que um dia o cercou.

27: “Pela fé, saiu do Egito sem medo da ira do rei e prosseguiu sem vacilar, como quem vê aquele que é invisível.

Moisés conheceu o que havia de mais valioso. Aquilo que era impagável, maior que o maior tesouro do Egito. Moisés, viu aquele que é invisível. Ele falou com Deus, se relacionou com Ele e ouviu a voz de Deus.

Mateus 6:6 diz: “Mas, quando orarem, cada um vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, em segredo. Então seu Pai, que observa em segredo, os RECOMPENSARÁ.”

Eu não sei vocês, mas a maior recompensa que tenho quando entro no meu secreto com Deus, é a presença Dele, é ouvir a palavra, é receber uma palavra Dele. Não há recompensa maior do que essa.

Davi, no desespero do seu pecado disse em suas orações: “Não me expulses da tua presença…” Ele pecou contra Deus e sabendo das consequências, não pediu pelo seu reino, pelas riquezas, conforto ou qualquer outra demanda humana, ele só pediu para continuar na presença de Deus. Era isso, o que de mais valioso ele tinha; a presença e o relacionamento com Deus.

Assim como Moisés, ele também viu aquele que é invisível. Assim como vários outros personagens na bíblia, ao se relacionar com Deus, deixam tudo para trás, as coisas valiosas deixam de ter valor.

Em Filipenses 3:8, Paulo diz: Sim, todas as outras coisas são insignificantes comparadas ao ganho inestimável de conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele, deixei de lado todas as coisas e as considero menos que lixo.

Deus recompensa, paga e premia aqueles que o buscam, aqueles que tem interesse nele, com algo, muito mais valioso do que qualquer desejo e sonho terreno e muito mais simples do que imaginamos: Ele deixa ser encontrado.

Como um pai que se esconde do filho, Ele deixa ser encontrado, Ele se revela ao filho, fazendo com que todas as outras coisas se tornem insignificantes comparadas a estar com Ele.

Talvez seja nisso, que esteja o segredo do anseio pela salvação, algo que nós “crentes” devemos nos apegar. Não somente pelo fato de ser salvo da condenação, mas pelo fato de passar a eternidade ao lado dessa recompensa. Estar eternamente na presença do Senhor.

Em Hebreus 11:35, vai dizer que: Outros, porém, foram torturados, recusando-se a ser libertos, e depositaram sua esperança na ressurreição para uma vida melhor. 

Davi no Salmo 51, o mesmo em que ele pede para Deus não se afastar dele, também pede para que Deus restaure a alegria da salvação.

Ambos os autores, reconhecem que não há nada mais valioso que a presença de Deus, e que anseiam pela eternidade ao lado Dele para desfrutar de sua presença eterna e adora-lo.

Como já dito, é fácil apenas crer, mas a nossa fé deve ter um alvo, um objetivo, devemos ser intencionais, se não, caímos no erro e na extrema superficialidade daqueles que apenas creem na existência de um deus. Sua fé não deve estar nesse deus, intocável e distante, mas sim no Deus que se relaciona, no Deus que tem prazer em ser encontrado e se revelar aos que o buscam.

Esse é o nosso pagamento, a nossa recompensa, o nosso galardão. O nosso foco deve ser sim receber esse presente de Deus. Ao acordarmos e ao dormirmos, devemos mirar e ser intencional em nos relacionar com Aquele que quer ser encontrado.

Contudo, se é pra ser um crente interesseiro, que sejamos interesseiros de Deus, que o nosso interesse seja toca-lo, vê-lo, ouvi-lo.

RECONCILIAI

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Roberto Alves Soares

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