
Todo Cristão que se preze, já leu ou ouviu essa fala de João Batista: “Raça de víboras! Quem os convenceu a fugir da ira que está por vir?“
Provavelmente a mensagem que isso te traz é sobre hipocrisia, maldade, veneno, astúcia e tudo que envolve a fala: “Raça de Víboras”, não é verdade?
Na Bíblia, a palavra “víbora” é utilizada diversas vezes para descrever a maldade, a traição e a astúcia de alguns indivíduos. As víboras eram conhecidas por sua venenosa mordida e pela rapidez de seus ataques, símbolos de perigo e maldade, nos alertando para que fiquemos espertos.
Mas e a fala que João diz na sequência? “Quem os convenceu a fugir da ira que está por vir?”
João está falando para uma galera que foi até ele, para ouvir a palavra de arrependimento que ele pregava, mas quem as convenceu de ir até ele?
Quem disse para essas pessoas, que era tempo de se arrependerem dos seus pecados? Quem os avisou?
UMA HISTORINHA SOBRE COBRAS
– Filho, houve um dia que estávamos em casa, cuidando do quintal, até que sua mãe mexeu em um monte de pedras e descobriu um ninho de cobras. Um monte de cobras do deserto em um pequeno espaço entre as pedras.
Eu não sabia o que fazer, se eu matasse e tocasse nelas, eu ficaria impuro e teria que participar do ritual de purificação, e isso da muito trabalho, então, eu fui buscar alguns amigos para me ajudar a tirar aquelas cobras do quintal.
Quando voltei, encontrei sua mãe fora de casa, assustada, porque todas as cobras haviam saido do ninho e subiram na árvore do quintal. Foi estranho, cobras do deserto não sobem em árvores.
Enquanto eu e meus amigos discutimos o que faríamos, o chão começou a tremer, era um terremoto. Meu pai já havia me contado sobre eles, por sorte tremeu só um pouco e não aconteceu nada com a nossa casa.
Mas, por um momento esquecemos daquelas cobras e saímos para ver se alguém precisava de ajuda, mas graças a Deus estava tudo bem com todos.
Eu e sua mãe voltamos para casa e nos lembramos das cobras, fomos até o quintal, mas não havia nenhuma cobra na árvore, ficamos preocupados, elas poderiam ter entrado em casa. Fomos olhar para o monte de pedras, com medo, peguei um galho, e empurrei uma pedra e lá estavam elas todas amontoadas.
João, por algum motivo aquelas cobras sabiam do terremoto e decidiram sair daquele monte de pedras soltas e procuraram um lugar seguro para elas.
– Mas pai, quem avisou as cobras do terremoto?
Anos depois João ainda faz a mesma pergunta: “Raça de víboras! Quem os convenceu a fugir da ira que está por vir?
RAÇA DE VÍBORAS, QUEM AS AVISOU?
Você sabia que muitos animais antes de eventos catastróficos como terremotos, erupções vulcânicas e grandes tempestades, apresentam comportamentos incomuns, onde muitos deles tentam fugir da área que será afetada, migrando para locais mais seguros?
Pois é! Embora a ciência especule sobre os motivos que causam isso, até hoje não há uma explicação comprovada do porque os animais agem dessa forma, e o que causa essa espécie de “premonição” das catástrofes.
Existe um peixe que é conhecido, como “peixe do fim do mundo”, é o peixe Remo, ele de fato parece um remo e pode chegar a mais de 3 metros de comprimento.
Esse peixe vive em grandes profundidades do oceano. Você o verá enquanto estiver mergulhando nos corais e se por acaso vê-lo, isso não é um bom sinal.
Por algum motivo desconhecido, os peixes remos, antes de grandes terremotos, nadam em direção a superfície e acabam morrendo nas praias. E essas aparições geralmente acontecem antes de terremotos.
Em algumas culturas, como a do Japão, ver o peixe, é sinônimo de mau-agouro, pois seria o indício de terremotos ou maremotos em breve.
Porém isso não é uma característica apenas deste peixe, muitos animais apresentam comportamentos estranhos momentos antes de catástrofes e as cobras não são imunes a isso.
Esses comportamentos são observados há milhares de anos e em diversas culturas. Alguns dos primeiros relatos conhecidos datam de séculos atrás e são encontrados em textos antigos de várias culturas, incluindo a antiga Grécia, China, Roma e Índia.
Em Historia Naturalis” (História Natural) de Plínio, o Velho. Ele descreve uma série de fenômenos naturais, incluindo terremotos, vulcões e outros desastres, onde menciona comportamentos estranhos em animais antes de eventos catastróficos, como terremotos. Plínio foi um escritor, naturalista e comandante naval romano que viveu no século I d.C.
MAS E QUANTO AS VÍBORAS?
Nas cobras já foram observados comportamentos como;
- Agitação e inquietação: Cobras podem exibir comportamentos de agitação ou inquietação, como se estivessem nervosas ou ansiosas, antes de um evento sísmico.
- Movimentação incomum: Há relatos de cobras se movendo de maneiras estranhas ou tentando escapar de áreas específicas antes de um terremoto.
- Mudança de habitat: Algumas observações sugerem que cobras podem abandonar seus esconderijos usuais e buscar locais diferentes antes de um desastre natural, possivelmente em uma tentativa de encontrar um local mais seguro.
- Comportamento de subida: Em algumas situações, as cobras foram observadas escalando árvores ou outras estruturas, possivelmente em uma tentativa de escapar de áreas de perigo iminente.
QUEM AS CONVENCEU?
Voltemos agora à pergunta de João: “Raça de víboras! Quem os convenceu a fugir da ira que está por vir?
Quem falou para o peixe remo a abandonar o seu habitat, antes de um grande terremoto?
Quando as formigas da China ouviram que deveriam marchar para fora de seus formigueiros e o abandonarem por completo, antes de um terremoto?
Por que golfinhos e baleias se movem para águas mais profundas antes destes mesmos eventos? Quem os convenceu?
VÍBORAS, QUEM ÀS CONVENCEU A FUGIR?
Para mim, João não estava apenas falando sobre o veneno e a maldade de uma cobra, mas também se referindo sobre o agir do Espírito Santo, provocando uma inquietação na alma das pessoas, convencendo-as do pecado, da justiça e do juízo.
Quem os convenceu a fugir da ira vindoura? “Não sei, mas algo me falava para vir para igreja hoje.”
Quantos de nós não nos convertemos dessa forma? Em um dia comum, como qualquer outro, sentimos algo diferente, um comichão, uma inquietação que não nos permitia ficar parado em nosso habitat natural, mas exigia uma migração, a busca por um local seguro, um em que há salvação?
Quem nos convenceu?
FUGIR OU FICAR?
O dia da ira vindoura se aproxima e o espírito de vida soprado por Deus em nós está inquieto, movendo as pessoas.
No entanto, há tanto barulho, há tanta movimentação. Existem tantas vozes gritando ao ouvido dos inquietos: “Ei! a salvação está aqui!”, “Ei se esconda ali”, “Ow, vem por aqui!”, “Fique tranquilo, não vai acontecer nada!”, “São só as suas emoções!”.
Nesse dias eles estarão distraídos, comendo, bebendo, casando-se e dando-se em casamento, serão convidados à cidade de refúgio, mas estarão empenhados em seus negócios. “Eu posso até fazer uma visita, mas não posso ficar aí, obrigado!”.
Os corações até se inclinarão pelas bodas do cordeiro, mas haverá coisas mais interessantes para se fazer, afinal, elas não creem no dia da ira vindouro, então não há pelo que se preocupar.
Talvez você nunca tenha visto um tempo onde tantas pessoas estão indo para a igreja, onde igrejas estão sendo abertas e igrejas grandes com capacidade para milhares de pessoas.
Novamente: “Quem os convenceu a fugir da ira que há de vir?”
De verdade, não creio que sejam as nossas campanhas evangelísticas, ou os nossos convites. É óbvio que os nossos convites e campanhas dão direcionamento, mas existe algo a mais, algo gritando dentro dessas pessoas: “Fuja daqui, precisamos nos salvar, procure um lugar seguro.” E esse algo, é o espírito soprado por Deus.
“Como a corça anseia pelas correntes de água, assim minha alma anseia por ti, ó Deus.”
ALÉM DE UMA SIMPLES PERGUNTA.
A fala de João saltou aos meus olhos como um texto profético. “Quem os convenceu a fugir da ira que há de vir?”.
O povo daquele período eram observadores do tempo e da natureza, eles conheciam mais das coisas do que nós. Hoje conhecemos porque lemos e ouvimos, eles conheciam porque viam e viviam.
Porque Pedro compara Satanás com um leão em 1 Pedro 5:8? Porque ele sabia como um leão caçava e se comportava diante de uma possível presa. Havia leões naquela região. (Leia o conto: SEJA UM BÚFALO)
Porque há tantas parábolas, metáforas e histórias usando animais, insetos, o clima e os costumes? É porque era a realidade deles e usando esses adereços, era mais fácil de passar uma mensagem onde todos entenderiam.
A observação dos animais em comportamentos estranhos em dias de pré – catástrofes, remontam de milhares de anos atrás, muito antes de João Batista.
A região de Israel tem em sua história grandes abalos sísmicos.
Não creio que João estava apenas se referindo ao comportamento daqueles que vinham até ele, como traiçoeiros e venenosos. Mas também estava se referindo ao comportamento daqueles que por algum tipo de revelação o procuravam para se arrependerem, se batizarem e fugirem da ira vindoura.
ONDE SE ABRIGAR?
Quem os avisou sobre o dia da ira futura? Quem os avisou sobre o terremoto? “Não sei, eu só senti que deveria vir e obedeci.”
Creio que hoje esteja acontecendo esse despertar. Muitos estão sendo chamados ao arrependimento, mas poucos serão escolhidos à verdadeira salvação, pois não basta ir até João Batista, não basta frequentar uma igreja.
É preciso aceitar e se entregar a Jesus, como seu único Senhor e salvador, é preciso posicionamento e uma conversão genuína. É preciso morrer para si mesmo e viver para Cristo.
Certo de que o dia do Senhor se aproxima, que possamos nos entregar a essa inquietação em busca de salvação e quando chegar o dia, que sejamos achados no lugar seguro, que sejamos achados em Jesus.
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Roberto Alves Soares
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