O parente mais próximo de Rute, não seja como ele

O livro de Rute revela para nós ensinamentos sobre a relação entre Cristo e a Igreja. Sendo que Boaz é uma tipificação de Cristo, aquele que cuida, protege e supre, e Rute uma tipificação da Igreja, aquela que o adora, que dá testemunho Dele e persevera. Mas quem era o parente mais próximo? Quem ele representa? O que podemos trazer dele para os nossos dias?

Partindo do princípio que você já conhece a história de Rute e Boaz, se não conhece vá lá e leia o livro de Rute, vamos a reflexão:

A bíblia nos mostra que Boaz era um parente próximo de Rute, que por sua vez era uma viúva que passava por dificuldades.

Boaz após conhecer Rute e sua história e descobrir que tinha um grau de parentesco com ela, decide resgata-la da viuvez e se tornar seu marido, e com sua compaixão, cuidar e proteger daquela que estava desamparada.

No entanto havia um parente mais próximo do que Boaz, e que teria maior direito do que ele e preferência no resgate, caso ele tivesse interesse.

Boaz tinha esse interesse, mas havia uma lei a ser cumprida e respeitada. Por isso foi conversar com esse parente mais próximo a fim de demonstrar esse interesse e descobrir qual era a intenção do parente mais próximo.

“Boaz foi direto para a praça da cidade e ficou aguardando. Logo, apareceu o parente mais próximo, que Boaz tinha mencionado. Boaz o chamou: “Chegue aqui, amigo! Sente-se”. O homem o atendeu.

Então, Boaz disse a seu parente: “A propriedade que pertencia ao nosso parente Elimeleque foi vendida pela viúva, que voltou recentemente de Moabe.

Eu queria que você soubesse disso. Se quiser, você poderá comprá-la de volta. Pode oficializar o resgate na presença dos que estão sentados aqui e dos líderes da cidade. 

A preferência para resgatar a propriedade é sua. Mas, se não quiser, diga-me, para que eu saiba o que fazer. Você tem preferência, e o próximo da lista sou eu”. Ele respondeu: “Eu comprarei”.

Boaz acrescentou: “Sem dúvida, você está ciente de que, quando você comprar o campo de Noemi, terá de assumir Rute, a moabita, viúva de nosso falecido parente, como parte da responsabilidade de resgatador, e ter filhos com ela, para manter a herança da família”.

Mas aí o homem disse: “Nesse caso, não posso resgatar a propriedade, porque estaria arriscando o que já é minha herança. Você está livre para fazê-lo. Cedo meus direitos, pois não posso resgatá-la”.

Esse parente mais próximo me chamou atenção; quando ele soube da possibilidade de resgatar terras que eram de um parente que morreu, logo se colocou à disposição para acrescentar mais patrimônio ao que ele já tinha.

Mas ao perceber que essas terras vinham acompanhadas de uma viúva e que ele teria que ter responsabilidades e relacionamento com ela, logo voltou atrás da decisão e passou a vês de parente mais próximo para Boaz.

O parente mais próximo tinha direito à herança, mas recusou por não querer assumir responsabilidades e para não colocar em riscos aquilo que ele julgava ser de valor para a sua vida.

Enquanto meditava em quem em nossos dias o parente mais próximo se assemelhava, percebi que ele pode ser nós, eu e você e o nosso relacionamento com a igreja.

Penso que muitas vezes temos tomado a mesma decisão do parente mais próximo:

Vemos a herança, a bênção e a prosperidade na nossa frente, e de fato podemos ver isso porque uma vida com Deus promove essas coisas, porém quando percebemos que para ter acesso a essas bênçãos é preciso assumir responsabilidades e ter relacionamento, voltamos atrás.

Muitas vezes, podemos estar mais interessados nas bênçãos, na herança e nos recursos, do que na responsabilidade, nas obrigações e no relacionamento, que devemos ter com a igreja e com aqueles que são igreja, que são a noiva de Cristo.

Mas Boaz não, o coração dele estava em cuidar, em assumir a responsabilidade, em servir aquela que estava desamparada e amá-la. O olhar dele nunca foi para as bênçãos, para a terra e na herança, mas elas vieram e de forma recalcada, sacudida e transbordante.

“Boaz levou Rute para a casa dele, e ela se tornou sua esposa. Quando Boaz teve relações com ela, o Senhor permitiu que ela engravidasse, e ela deu à luz um filho…

…e lhe deram o nome de Obede. Ele é o pai de Jessé, pai de Davi.”

Ele não mirou nas bênçãos, mas olhem o tamanho da benção que ele conquistou; se tornou o patriarca da descendência do Rei Davi, Rei Salomão e de Jesus. Uma decisão pautada no amor, na responsabilidade e em servir, o colocou na genealogia de reis e na genealogia de Jesus. O parente mais próximo cedeu o direito, não podemos cometer o mesmo erro. Se relacione e sirva a igreja com amor, compaixão, zelo e responsabilidade.

Leia também o artigo: QUAL A IMPORTÂNCIA DE SERVIR NA IGREJA?

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Roberto Alves Soares

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